terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Quer andar de carro (velho), amor, que venha!"

Em março do ano passado escrevi esse post aqui, contando que estava voltando a dirigir, encontrando coragem pra me arriscar um pouco mais.

Mas na vida real as coisas não se desenvolveram tão belamente assim...

Eu realmente comecei a dirigir mais (visto que eu não dirigia NADA antes, não precisava muito pra ser "mais" rs), mas sempre com alguém do meu lado e tentando fugir sempre que possível da tarefa!

De fugidinha em fugidinha, fui deixando a direção de lado de novo... fiquei meses e meses sem dirigir e já achei que tinha esquecido como fazia.

A nova desculpa era a que "eu ainda tenho que tirar a carta chilena - a licencia de conducir". Mas se eu não dirigia há séculos, como seria capaz de passar na prova??
Nessa história enrolei mais uma eternidade: "nas minhas férias eu tiro a carta", "quando voltar do Brasil eu tiro", "quando começarem as aulas eu tiro", "na férias de julho eu tiro".... E assim passou um ano e meio de Chile, com Gabi sem carta e sem pegar o carro direito.

A verdade é que eu morria de medo! Se ia alguém do meu lado sentia a segurança de que esse alguém ia prestar atenção e me avisar antes que eu fizesse cagada (por um bom tempo, aliás, esse alguém só podia ser o Lucas, porque eu sabia que ele, de fato, fazia isso).

Mas de alguma forma, muuuuuito lentamente, fui "aprendendo a dirigir", ganhando um pouquinho de confiança por vez, sentindo que já não precisava tanto dos alertas do co-piloto... ganhei também os incentivos da família, que veio me visitar e aprovou minha direção.. ganhei a companhia da amiga que ia do meu lado, mas sem falar nada, distraída e confiando mais em mim do que eu mesma..

E dessa somatória nasceu minha licencia de conducir!





Não sei explicar de onde, mas uma semana surgiu a coragem, estudei pro exame teórico e fui lá tirar a bendita! (aqui não é obrigatório fazer aula, você vai, faz psicotécnico, exame médico, prova teórica, prova prática e no mesmo dia a carteira está pronta!)

Eu tinha medo de reprovar no psicotécnico, juro!!! (aqui é diferente...mais tecnológico e complexo..rs)
E não tenho palavras pra explicar o alívio que fui sentindo a cada etapa que completava... acho que nem eu acreditava que daria tudo certo, sabe?!
Mas deu!!!

E uma vez de carta na mão, meu medo diminuiu um montão!!!
No dia seguinte já saí sozinha (foi a segunda vez na vida!), e no dia seguinte a ele, e no seguinte... e no final de semana corri pra terminar de lavar a louça rápido pra ter tempo de ir dirigindo buscar uns amigos!

Ter conseguido vencer esse medo merece muita comemoração! Porque não é só que eu tenha aprendido a dirigir, ganhado a liberdade de ir e vir de carro, deixado de atrapalhar os outros com minhas eternas caronas...

É mais do que isso! Eu venci meu medo! Eu achei uma coragem que não sabia que tinha!
E essa é a parte mais gostosa!!!

Aprendi com o Lalo que cada pessoa tem seu tempo pra fazer suas coisas e que temos que respeitar esses tempos.
Pois bem, fui bem devagar e nunca forcei, mas demorei tanto e tanto que já nem acreditava mais que esse tempo terminaria... até que, puff, magicamente terminou! Agora eu dirijo! Agora posso ajudar os outros e posso cuidar de mim!

Sempre me virei muito bem a pé - sou andarilha por natureza - mas a vida tá bem mais fácil com o carro na mão!!! (até porque o coitado tava cansado de ficar tanto na garagem...)

E, veja  bem, não é que eu tenha me tornado um ás do volante, ou que saia por aí tranquilamente... não se preocupem, ainda vou nervosa no carro, com atenção extra e mesmo assim fazendo cagadinhas...
Mas agora com a coragem de continuar insistindo e sabendo que é assim que vou melhorando! 
=)



terça-feira, 11 de setembro de 2012

"me sinto pisando..."

Ando num período "pés descalços".

Chego em casa, tiros sapatos de rua e, ao invés de calçar o chinelo da ONG ou as novas pantufas que comprei, fico só de meias.

Dessa forma posso sentir as diferentes texturas do piso da casa, conhecendo as pedras da varanda e o convidativo carpete do quarto. Saborear, a cada passo,  a dorzinha da nova bolha que está se formando logo abaixo do dedão direito. Experimentar as diferentes temperaturas entre a confortável madeira da sala e  o piso frio do banheiro. 
Colocar os pés no chão e sentir todos os dedos soltos, enquanto esses sentem cada ranhura de cada piso.

Não sei se é porque tenho sede de liberdade ou de sensações - imagino que as duas coisas...


O único problema, nada poético, dessa historia toda é que sou eu mesma quem lava essas meias depois! 
Hehehe

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